Casos Evidenciados

AIlha de Guam

Ilha de Guam (1)
A Ilha de Guam, uma colônia norte-americana na Micronésia, localizada na extremidade Sul das Ilhas Marianas, no Oeste do Oceano Pacífico, é uma pequena ilha conquistada pelos americanos durante a segunda guerra mundial. Esta ilha é habitada apenas por poucas pessoas.

Boiga irregularis é uma cobra fina, escaladora, com olhos e pupilas grandes, dando-lhe visão noturna melhorada. A cabeça é consideravelmente maior do que o pescoço. Manchas negras podem estar presentes em alguns indivíduos, tais serpentes podem chegar a três metros de comprimento, mas apresentam, geralmente, de um a dois metros. É popularmente conhecida como serpente marron da árvore e é nativa do leste da Indonésia, Nova Guiné, Ilhas Salomão e as áreas costeiras do norte e leste da Austrália.

Boiga irrugularis (2)
         Quando Boiga irregularis foi acidentalmente introduzida na ilha, esta causou uma extinção local na maioria das espécies nativas de lagartos e pássaros. Isto também causou uma “cascata” de efeitos ecológicos, por remover polinizadores nativos, causando uma subsequente redução de espécies de plantas nativas.
A cobra da árvore marrom dizimou especies de pássaros e lagartos de Guam, causando a extinção local de mais da metade das espécies destas classes de animais, assim como dois em cada três espécies nativas de morcego.
Várias espécies nativas ou endêmicas de lagartos foram extintos ou ameaçadas de extinção por causa de predação de serpentes. Doze espécies de aves florestais foram especialmente afetadas, com 10 espécies eliminadas e as outras duas gravemente reduzidas. Ao eliminar polinizadores nativos a serpente também causou, em cascata, efeitos sobre os ecossistemas, reduzindo a polinização por aves, e reduzindo a regeneração de plantas nativas (3).
Esta serpente é ligeiramente venenosa e representa um risco potencial para a saúde de lactentes e crianças jovens. Ela é responsável por um em cada mil atendimentos de emergência hospitalar na ilha (United States Department of Defense 2008). Envenenamento de bebês tem sido relatado com relativa freqüencia. Além dos efeitos diretos de picadas, há também o aumentou de doenças tranmitidas por insetos que antes eram mantidos sob controle por lagartos e aves nativas. Exemplos disso incluem um surto de dengue transmitida por mosquitos e uma alta taxa de salmonelose infantil durante vários anos.
Quedas de energia causadas por serpentes têm sido um problema sério em Guam, desde 1978. A serpente tem causado milhares de cortes de energia que afetam atividades comerciais e militares, em um estágio médio de uma vez a cada 2-3 dias. Enquanto a maioria delas afeta uma área limitada, alguns são apagões generalizados ou em toda a ilha.
Tudo, desde a iluminação da escola, os computadores usados ​​por lojas de varejo, sinais de trânsito, refrigeração de produtos perecíveis, estão sujeitos a essas interrupções de energia. Os custos devido a danos diretos e perda de produtividade são conservadoramente estimado em US $ 1-4000000 dólares por ano (calcina & Leasman-Tanner 2001; calcina 2002).
A serpente é relatada como uma praga agrícola (1). Devido a espécies de insetos não estarem mais naturalmente sendo controlados por pássaros e lagartos, que eram nativos de Guam, houve uma redução da produção de frutas e vegetais da ilha. A Agricultura tem, continuamente, diminuída de importância em Guam desde 1945, época em torno de quando a cobra foi introduzida na ilha, embora adicionais fatores sócio-econômicos foram, também, muito importantes neste processo.
Aqui temos um exemplo de todos os tipos de prejuizos que uma espécie exótica invasora pode causar. 


Referências:

           1- Engeman, Richard M.; Vice, Daniel S.; York, Darryl; Gruver, Kenneth S. Sustained evaluation of the effectiveness of detector dogs for locating brown tree snakes in cargo outbound from Guam International Biodeterioration & Biodegradation. 49(2-3). 2002. 101-106.

           2- Global Invasive Species Database. Disponível em:< http://www.issg.org/database/species/ecology.asp?si=54&fr=1&sts=&lang=EN>.  Acessado em: três de Novembro de 2011.

        3- Perry, G., E.W. Campbell, G.H. Rodda & T.H. Fritts. 1998. Managing Island Biotas: Brown Tree Snake Control Using Barrier Technology. Proc. 18th Vertebr. Pest Conf. (R.O. Baker & A.C. Crabb, Eds.). Univ. of Calf.

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Oryctolagus cuniculus (2)
Podemos citar alguns casos que se tornaram clássicos e contribuíram para alertar sobre o problema das invasões biológicas, como a introdução de coelhos Oryctolagus cuniculus na Inglaterra e na Austrália. Esses coelhos, originários da Península Ibérica, foram levados da França para a Inglaterra, no século XII e, em 1778, daí para a Austrália. Eles se tornaram praga tanto na Inglaterra como na Austrália, gerando grande prejuízo por perdas agrícolas. Seu controle foi tentado por meio de sua contaminação pelo vírus da mixomatose que, embora letal à grande maioria dos indivíduos, deixou de sê-lo na medida em que foi havendo a seleção de populações do coelho resistentes ao vírus.
Dreissena polymorpha (3)
Outro exemplo famoso é o do “molusco zebrado” Dreissena polymorpha, acidentalmente levado aos Grandes Lagos (Estados Unidos e Canadá) em cascos de navios, e que se tornou uma grande praga, ameaçando a fauna nativa. Citamos ainda o exemplo da abelha européia africanizada Apis mellifera, introduzida no Brasil para pesquisa científica, e que escapou do controle dos laboratórios, espalhando-se por toda a América do Sul e Central. Essa abelha é agressiva ao ser humano e também compete por recursos com as abelhas nativas.
Impatiens parviflora (4)
Dentre as plantas, muitas delas foram introduzidas como ornamentais e tornaram-se grandes invasoras de ambientes terrestres, como é o caso de Impatiens parviflora (beijinho), Archontophoenix cunninghamiana (palmeira imperial australiana), várias espécies de Pinus (pinheiro) e Eucalyptus spp. (eucalipto), dentre centenas de outras plantas.  

Salvina molesta (5)
Salvinia molesta e Eichhornia crassipes (aguapé) são exemplos de plantas aquáticas sul-americanas que se tornaram infestantes de lagos e represas de toda a faixa tropical do globo. Com explosões populacionais periódicas, estas espécies diminuem a oxigenação da água, levando à morte peixes e outros organismos aquáticos.





Referências:
 
1- PIVELLO, Vânia R. Invasões Biológicas no Cerrado Brasileiro: Efeitos da Introdução de Espécies Exóticas sobre a Biodiversidade. 2011. Disponível em: < http://www.ecologia.info/cerrado.htm>. Acessado em: cinco de Novembro de 2011.

2- Biodiversity Explorer. Disponível em: < http://www.biodiversityexplorer.org/mammals/lagomorpha/oryctolagus_cuniculus.htm>. Acessado em: quatro de Novembro de 2011.

3- Integration & Application Network. Disponível em: < http://ian.umces.edu/imagelibrary/displayimage-849.html>. Acessado em sete de Novembro de 2011.
    
4- Alter Vista. Disponível em: < http://luirig.altervista.org/cpm/thumbnails2.php?search=Impatiens%20parviflora>. Acessado em cinco de Novembro de 2011.
                     

5- Science for a Changing World. Disponível em: < http://salvinia.er.usgs.gov/html/distribution_map.html>. Acessado em sete de Novembro de 2011.