Genética

            Que a introdução de espécies exóticas invasoras traz prejuízos nos mais variados setores, já sabemos. E que a biodiversidade é um destes setores, também já sabemos, mas podemos ver a situação de outra maneira, e, de nenhuma forma, essa maneira é mais positiva ou menos negativa.
Quando uma espécie se extingue, o que perdemos? Um organismo que possuía função vital dentro de um ecossistema, muito possivelmente, um ser vivo que realizava uma tarefa que considerávamos importante, do ponto de vista econômico, também possivelmente. Mas perdemos mais, perdemos algo que nem sempre consideramos, perdemos aquilo que torna aquela espécie como a vemos com nossos olhos.
James Watson e Francis Crick, e o DNA (4)
O DNA é a fórmula formadora de tudo que podemos considerar como um ser vivo, cada organismo, com suas particularidades, tem seu próprio genoma, conjunto de DNA, e nenhuma espécie apresenta genoma igual a uma espécie diferente. Na verdade, existe diferença de genoma dentro da própria população de uma espécie, esta é uma característica fundamental para a seleção natural agir, é a variabilidade genética.
Quando perdemos uma espécie, por extinção, perdemos um genoma, sendo que tal é único, não há outro igual a este na Terra. A perda deste genoma pode ser ruim de várias formas, para nós, humanos, este poderia conter o código de uma nova droga, de uma cura, para o meio ambiente, ali poderia estar à salvação, depois uma possível catástrofe em nosso planeta.
Hardy Weimberg (3)
Segundo o teorema proposto por Hardy-Weimberg, em 1908, em uma população infinitamente grande, em que os cruzamentos ocorrem ao acaso e sobre o qual não há atuação de fatores evolutivos, as frequências gênicas e genotípicas permanecem constantes ao longo das gerações. Uma população assim caracterizada encontra-se em equilíbrio genético. Na natureza, entretanto, não existem populações sujeitas rigorosamente a essas condições (1).
A introdução de novas espécies em um ambiente não causa, necessariamente, a extinção de uma espécie. Possivelmente, se a introdução ocorrer em uma ilha, uma espécie pode ser extinta naquela ilha, mas ainda existirá ou não, indivíduos da espécie em outros locais da Terra. Aqui vale lembrar, que muitas populações da mesma espécie, mas que se encontram em regiões demográficas distintas, podem apresentar diferenças significativas em seus genomas, não suficiente para considerá-las espécies diferentes, mas são sim significativas.
Distribuição Mundial da Formiga Argentina (2)
A partir do momento que uma espécie invasora é introduzida em uma ilha, por questões ecológicas, esta pode se prevalecer. Ela começará a agir de tal forma que mudara as frequências genéticas propostas por Weimberg, ela será, em outras palavras, um novo agente da evolução. Ela mudará a pressão ambiental, podendo causar a evolução de uma espécie ou sua extinção, não existe aqui outro caminho.
Se esta espécie invasora não for retirada do local, estas mudanças vão continuar acontecendo. Vai chegar o momento que as mudanças serão tantas que ocorrerá especiação. No entanto, esta é a possibilidade positiva, porque muitas vezes as espécies nativas da ilha não possuem tempo suficiente para se adaptar. Muito provavelmente a espécie será extinta. Isso acontece porque a evolução é lenta, já a capacidade da espécie invasora de predar, ou causar prejuízo através de outra interação biológica, é muito grande.
Sendo assim, do ponto de vista genético, com a introdução de uma espécie exótica em um ambiente, ela acaba causando mudanças nas frequências genicas das populações que ali se encontram, quando não causam a extinção dessa mesma população.


Referências:

1 - Genética de Populações. Disponível em: < http://sti.br.inter.net/rafaas/biologia-ar/genetica.htm>. Acessado em: Dois de Novembro de 2011.
2 – DNAmazing. Disponível em: http://dnamazing.com/colorful-dna-model-product-review/. Acessado em: Quatro de Novembro de 2011.
3 - Hardy-Weinberg Equilibrium Model. Disponível em: <http://anthro.palomar.edu/synthetic/synth_2.htm>. Acessado em: Cinco de Novembro de 2011.
4 – Histórias da Vida e da Terra. Disponível em: < http://vidaterra.wordpress.com/category/biologia/>. Acessado em: Três de Novembro de 2011.